sábado, 3 de abril de 2010

O mundo esté virado do avesso como malmequeres destemidos


Alentejo, hoje reli o meu blog, os primeiros posts, quando o Alentejo era tão melhor, apesar de tudo tinha cá a minha vida, já não penso assim, nunca mais vai ser assim,

dão a uma adolescente severamente perturbada um cheirinho de liberdade o que é que querem?

Apesar de tudo sempre que cá estou tenho pena de voltar para Lisboa, parece que nunca fico tempo para me despedir de tudo e todos devidamente, queria dizer que AMO todas as as pessoas que me acompanham ainda hoje e que me porporcionaram os melhores anos da minha vida, porque é mesmo assim, vai ser muito mas muito difícil superar o que nós vivemos e a forma como experienciámos tudo, não me arrependo de nada, bem quiçá de uma ou outra coisa que tenha bebido(tendo como consequencia uma noite estragada)...

sempre que cá estou tenho de passar tempo com o pai e com a mãe, quando vou ao monte tenho vontade de gritar com tudo deitar os papeis do escritório pelos ares, abanar o meu pai e explicar-lhe que não pode continuar assim, sempre que lá vou tento passar o menos tempo possível no quarto, já não é meu, não o reconheço, o cheiro mudou, o meu armário está vazio, ate as bonecas de porcelana não são tão assustadoras...quando vou ao monte gosto de ficar no quintal, ver as árvores que plantei com a minha irmã e com o meu pai, observar a piscina/tanque/whatever. De me sentar no muro ao lado da laranjeira com o cheirinho tão bom!!!, de o limoeiro continuar a abarrotar de limões, não vão compreender, gosto ate de brincar com a terra, mete-la dentro de tijolos partidos e fingir que é comida, como em criança, sentir o cheiro de verde, chorar.

em Estremoz, sempre que passo pelo ring da-me aquele aperto no peito de saudade, apetece-me descalçar-me e passear pela relva, como costumávamos fazer, quando faço o caminho para casa sozinha á noite e sinto cheiros que não ligava antes mas agora parecem ser tão precisos, de quando vou ao faisão precisar sempre de ver o cartaz da Delta, de ter de ir ter com a Ana SEMPRE FOI ASSIM, de ver a Vanessa(que não pude ver e desde já desejo as melhoras) a cê, Ângela, Pedro, Mike, Ines, ate o kiko, quando passo pelo gimbra lembrar-me daquelas caracoladas em que levávamos as violas , o Manel tocava e a Vera inventava piadas com o tira o Pedro e o praga e o praga acabava sempre fodido, de entrar no meu quarto e ver aquele poster a dizer "FIAPE2009" que roubamos com tanto cuidado, do mapa de La Manga com os pauzinhos daquele restaurante chinês horroroso!, da guitarra eléctrica e dos momentos que passamos apegados a ela, da minha cama, ver as fotos, a cadeira, olhar para o calendário e não ser 2008 custa tanto.

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